Oscarito Awards: 1930-1931

 A temporada de elegibilidade para os Academy Awards iniciou em 1º de agosto de 1930 e encerrou em 31 de julho de 1931. O vencedor da categoria de Melhor Filme foi Cimarron, superprodução que, apesar de ter sido indicada nas sete categorias então existentes, é considerada hoje uma das piores a ganhar o Oscar de Melhor Filme. O diretor Lewis Milestone, vencedor na premiação de 1929-1930, voltou a concorrer, e seu filme (A Última Hora) era francamente o melhor entre os cinco indicados, sendo refilmado em variações de gênero e grau de qualidade posteriormente como Jejum de Amor (1940) e A Primeira Página (1974), duas das mais famosas adaptações da peça de Ben Hecht e Charles MacArthur.

Os eleitores da Academia deixaram Charles Chaplin e também alguns ótimos filmes estrangeiros de fora da competição. Reparo essa injustiça modestamente com os meus Oscarito Awards.  



Filme 

 

  1. 1. Luzes da Cidade (City Lights)

  2.   

  1. 2. O Anjo Azul (Der Blaue Engel)

  2.   

  1. 3. O Milhão (Le Million)

  2.   

  1. 4. Inimigo Público (The Public Enemy)

  2.   

  1. 5. Drácula (Dracula)

 

     

* Chaplin está bem acima da concorrência desta vez. Entre os demais, a parceria Sternberg-Dietrich, um musical de René Clair, um influente filme policial e um Drácula que entrou para a história.   

 

Direção  

 

  1. 1. Charles Chaplin (Luzes da Cidade)

  2.   

  1. 2. Josef von Sternberg (O Anjo Azul 


  1. 3. René Clair (O Milhão)

  2.   

  1. 4. Tod Browning (Drácula)

  2.   

  1. 5. Aleksandr Dovzhenko (Terra) 



* William Wellman poderia ser o meu quinto indicado à Melhor Direção por Inimigo Público, mas cavei um lugar para a direção criativa de Dovzhenko.

 


Ator 

 

  1. 1. Charles Chaplin  (Luzes da Cidade)


  1. 2. Emil Jannings (O Anjo Azul)

  2.   

  1. 3. James Cagney (Inimigo Público)

  2.   

  1. 4. Adolphe Menjou (A Última Hora)

  2.   

  1. 5. Lionel Barrymore (Uma Alma Livre) 

 


* Barrymore foi o vencedor do Oscar e James Cagney recebeu a primeira indicação por um tipo de personagem que iria marcá-lo como um dos gangsters preferidos de Hollywood. Fiquei entre Chaplin e Jannings. Escolho Chaplin pela sua caracterização cômico-dramática para sempre imitável, mas ainda inigualável.



Atriz



  1. 1. Marlene Dietrich (O Anjo Azul)                                                


  1. 2. Norma Shearer  (Uma Alma Livre)


  1. 3. Barbara Stanwick (A Mulher Miraculosa)  


  1. 4. Ann Harding  (Holiday)


  1. 5. Marie Dressler (O Lírio do Lodo)

   



* Stanwick já está maravilhosa, enquanto Shearer foi a vencedora do Oscar. Mas não preciso explicar Marlene Dietrich em primeiro lugar num dos papéis mais icônicos da história do cinema. 


Ator Coadjuvante


     
1. Harry Myers (Luzes da Cidade                                         2. Dwight Frye (Drácula                                                         3. Clark Gable  (Uma Alma Livre)                                         4. Paul Olivier (O Milhão)
    
* Harry Meyers, no papel do milionário que, somente quando bêbado, é amigo de Carlitos, foi o substituto do ator Henry Clive, que se recusou a pular num tanque de água fria durante a filmagem de uma cena e foi sumariamente demitido por Chaplin. Gable aparece aqui em seu primeiro papel como estrela da MGM.


Atriz Coadjuvante


1. Joan Blondell (Triunfos de Mulher)

2. Mary Astor (Holiday)

3. Virginia Cherill (Luzes da Cidade)


 


* Joan Blondell é a estrela Pré-Código Hays que merecia ganhar um Oscar por este papel, se então houvesse a categoria de atriz coadjuvante. Embora, conhecendo a Academia como a gente conhece, a vencedora mais provável teria sido Virginia Cherill no papel de deficiente visual, mesmo tendo vivido conflitos no set de filmagens por causa da insatisfação de Chaplin com sua atuação. 

        

        Roteiro Original

1. Luzes da Cidade 

2. Inimigo Público 

3. Caminhos do Inferno

 

        Roteiro Adaptado 


1. O Milhão 

2. A Última Hora 

3. Alma no Lodo 

4. Drácula 

 


* Com a deliciosa comédia musical O Milhão, o diretor francês René Clair está no segundo filme de uma impressionante sequência de três clássicos filmados entre 1930-1932 que incluem ainda Sob os Tetos de Paris e A Nós a Liberdade


        Filme Internacional


1. M, o Vampiro de Düsseldorf 

2. Limite 

3. O Milhão 

4. Nani ga kanojo o sô saseta ka (What Made Her Do it?)


* Passados 90 anos de sua estreia, M permanece a coluna mestra dos filmes de gângster com seu estudo de personagem, seus enquadramentos de câmera magistrais, seu subtexto social e político de uma Alemanha que fazia a trágica passagem "de Caligari a Hitler" (título do livro de Siegfried Kracauer que investiga as raízes psicológicas do cinema expressionista alemão dos anos 1920-1930). Fritz Lang ganha um segundo Oscarito de filme internacional e temos aqui a primeira indicação de um filme brasileiro aos Oscarito Awards, Limite. Por ser uma produção francesa, acabei não indicando Miss Europe como quinta colocada nesta categoria.

Vale a pena conhecer o filme silencioso japonês da lista. Dirigido por Shigeyoshi Suzuki, trata-se de um melodrama que toca em questões anticapitalistas que logo viriam a ser objeto de censura do governo. Aliás, o filme teria inspirado manifestações políticas públicas em Tóquio em sua época de lançamento.  


        Trilha Sonora 

1. O Milhão 

2. Luzes da Cidade 

3. Trader Horn 

4. O Anjo Azul

 

        Fotografia 


1. Tabu 

2. Drácula 

3. Luzes da Cidade 

4. Terra 

5. O Milhão


* O fotógrafo Floyd Crosby captou a beleza das paisagens do paraíso impoluto e idealizado de F. W. Murnau.

 

Desenho de Produção 


1. Drácula 

2. O Milhão 

3. Luzes da Cidade 

4. Liliom 

5. Marrocos

 



* Todo nosso imaginário estético sobre Drácula foi criado aqui e no Nosferatu alemão de 1922.


        Figurino

1. Drácula 

2. Cimarron 

3. Marrocos

 

        Som

1. O Milhão 

2. Inimigo Público 

3. Drácula 

4. Alma no Lodo 

5. O Anjo Azul 

 

        Montagem

1. Luzes da Cidade 

2. O Milhão 

3. Inimigo Público 

4. Drácula 

5. Terra 

 

* Ao final das filmagens, Chaplin teve que editar quilômetros de película devido ao seu perfeccionismo ao rodar as cenas, repetindo-as durante vários dias. Chaplin também foi o compositor da trilha sonora, pois estava insatisfeito com os profissionais contratados. No processo de composição, ele cantarolava melodias para o músico Arthur Johnston, que ia escrevendo o que ouvia. O tema musical da florista cega foi adaptado da canção "La Violetera", do espanhol José Padilla, que ganhou um processo relativo a direitos autorais por seu uso não creditado no filme.  

Efeitos Visuais

1. A Mulher na Lua  


   * Esta superprodução alemã, dirigida por Fritz Lang, não foi um sucesso financeiro, mas influenciou não só os filmes de ficção científica como também a ciência da construção e lançamento de foguetes, a tal ponto que o governo alemão baniu o filme entre 1933 e 1945 devido a similaridade do foguete cenográfico com o projeto confidencial V-2 de construção de mísseis. Considera-se que este filme também influenciou o modelo de lançamento de foguetes (inclusive criando o sistema de contagem regressiva para o lançamento) e o desenvolvimento de foguetes multiestágios.


Gostou dos premiados pelos Oscarito Awards? Diga nos comentários as suas preferências desta temporada do Oscar e do Oscarito.  




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